1. |
queimada
03:56
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a rua esvazia enfeitando a pútrida cidade enfeitiçada. cidade que está queimada. um velho dá risada. a duvida vale nada.
o grito a queima-roupa cantando a elegia celebra dor e mágoa. a água que sobra é lágrima. estamos na sobrevida, lambendo as feridas. o corte causa náusea, expulsa em febre a raiva e funde no seu coração o que você pediu que não.
a armação firme e sólida aguenta qualquer resposta; gargalha e dobra a aposta. e funde no seu coração, o que você pediu que não. o prato que sobra é ralo. engulo meu choro e calo. o corte causa náusea, que expulsa em febre a raiva, que processa dor e mágoa. a agua que sobra é lágrima. a imagem fala, a ordem não falha: a roda da história é clara. um velho da risada. a dúvida vale nada.
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2. |
morte pela água
01:59
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a onda que golpeia à força encontra resistência. o corpo toca o fundo navegando à deriva. a força dos meus ossos um contra o outro.
em terceira pessoa eu me vejo e aceito o copo que me dão. em terceira pessoa eu me vejo, eu aceito e bebo.
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3. |
no futuro escuro o dia
03:18
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acima o sol escurecerá por tempo bastante pra esquecer que toda vida será entregue ao mar de fogo que pedimos, vê. se atiram do penhasco cegos porque deus não salvou ninguém. é o amanhã quem vai trazer o oposto do que você tem. que, como tudo, será entregue ao mar de merda que pedimos ou à outra idade da pedra, à terra coberta de gelo, ou nova fuga pro espaço. o inferno abraça a distopia. no futuro escuro o dia.
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4. |
força
01:47
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para o presente dormente: no fim do turno você saberá se é quem amansa a besta ou se é presa já nos dentes.
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5. |
ordem
01:13
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não é dificil encontrar felicidade na opressão. passar os anos a lamber a bota que te esmaga, não! beije a boca do censor, ame o poder ame o controle!
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6. |
querer e ter
01:26
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me divirto com pedaços retirados sem consenso. trago a vista outra dose insossa. somo os sintomas que já ganharam nome e rosto. mais. querer e ter. o dinheiro furtacor. paliativos sem sabor. em nenhum lugar me encontra o que quero, sentado eu espero ao fim de uma página em branco.
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7. |
morte pela morte
02:50
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a fruta mantém o veneno que finda a fome, que lucre a morte. o espaço que sobra é pequeno e confina quem falta. o inseto que voa sem peso equilibra na lâmina. logo, de novo, extintos, petróleo da outra geração. somos nada então volte ao pó. a boca nos mantem refém, o sangue salga a máquina. o gosto irá passar do ponto de aceitar.
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8. |
bayer + monsanto
04:59
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vendo toda sede, pense o menor preço em desertar. vendo toda sede, escrota é a partilha entre iguais. ceifando as patentes dos mosquitos e sementes, receba a doença e a cura.
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9. |
acabe sua banda ruim
02:48
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destrua o que está planejado, acabe sua banda ruim. rasgando dinheiro ainda queira o pior. nadando no lixo ainda queira o pior. voltem todos não há nada aqui. que idéia idiota. o remédio que é bom pras minhas costas. fique velho ou morra agora.
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10. |
eventos inevitáveis
02:04
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eventos inevitáveis. planetas em colisão. seguimos rastros no céu, deixando rastros no chão. melhor serventia ao progresso do mundo moderno em decomposição. cabeças que rolarão. aceite a nova paisagem chorando pela colheita que o lodo não proverá. bibliotecas em chamas. as coisas mudam de nome, mas permanecem iguais.
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